terça-feira, 25 de agosto de 2009

Saudades

Estou com saudades,
Sinto o gosto dos minutos em que estivemos juntos, os dias, os anos.
As recordações que chegam na melodia dos detalhes,
Somos nós, os responsáveis.
O jogo do fim recomeça.
Partida nova perdida desde o começo,
Um coração pra apertar todos os dias.
Quem imaginou que a vida doesse tanto.



Autor : Thiago Herek

sábado, 22 de agosto de 2009

Espera

Escreverei um dia, meu grande poema.
Que minha vida, minha obra, meus dramas encena.
Eternizado por uma lágrima no lugar da assinatura.
Há de ser belo, intenso, vindo da alma mais pura.
Há de ter sangue, morte, dor e tristeza
Há de expressar meus olhos, perdidos no espaço, com significante frieza.
Há de ser frio e profundo, medroso e exato.
Há de inteirar o ato, esclarecer o fato.
Há de ser doce e suave, pairar no tempo.
Há de ser superior e recíproco a qualquer sentimento.
Há de ser romântico, livre, apaixonado.
Há de matar-me de desejo, incontrolável, transtornado.
Há de cheirar o fim, escrever a história.
Há de buscar no fundo as melhores memórias
Meu grande poema escreverei um dia.
E me lembrarei de um mundo, onde a fome nascia.

Autor : Thiago Herek

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Sou feito do que éramos.

Eis que surge, estrela nova, risco novo de brilho no céu.
E quando chove, contento-me com o engraçado ballet das gotas na vidraça, contento-me, mesmo esburacado aqui dentro.
Eu sei, tenho mais o que enxergar no futuro, do que lembrar no passado, e neste ciclo infinito de machuca e cicatriza, os rostos vão sumindo, neblina de dor que o vento dissipa, dia a dia.
Derrubei, quebrei, não impedi a queda de nossas vidas no chão das nossas inseguranças,
Buraco negro de memórias, culpas a prazo, sou feito do que éramos.
Imensidão do escuro, num caminho que balança, medo, medo, mas ainda tenho este momento, e o botão vermelho como garantia.


Autor : Thiago Herek

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Horizonte Obscuro

Vídeo da banda Influência

Autores : Thiago Herek, João Weber Ruiz.



Sorriso racha

Eu nem queria, tocar a sombra e esmagá-la.Nem teria tempo de sentir a dor, se não doesse.Viver é faca, com ela, corta-se o mau dito, e o que está sangrando, limpa.A lágrima e os detalhes? Esquece. Conforme tudo conforta se. Eu nem queria rir, sorriso racha, enferruja-se. E o choro? Este escorre, e onde há sujeira, lava-se. No mais, os dias, Morre-se.

Autor : Thiago Herek

Surpresa

Que surpresa, meu corpo sem controle,
Consciência a vagar, lapsos de ousadia aclamados pelo rubor torpe de lutas contra o definido.
Ao redor, as misturas, o presente do tempo,
E o seu adeus fui eu quem falei.
Meus amigos, sou completo, muito bem, até!
Até o dia de nosso prêmio! Como bons ratos que somos, obteremos o melhor.
Faces que se viram, são novos dias que se mostram, a janela, mesmo invisível, esta ali, acredite.
Entre os barulhos das engrenagens de uma cegueira sem forma, oscila, suave, lá no horizonte, o canto interior de quem está sofrendo, só quem o está pode ouvir, o grito abafado de nossos corações que inicialmente demonstram força.
Fala em intervalo, o rádio do meu dia, e convicto, divide suas penas, nunca me deixando esquecer, que o novo precisa da morte do velho.
O amor é um mínimo embalador de corpos, e de manha, é que se verá, lá no fundo, quem estava mentindo.


Autor : Thiago Herek

Ecos!

Ecos, ecos, malditos ecos, afasto seu corpo, eu nao sou mais eu, eu resto, o que sobra nao é meu, o que canta, me fascina, e me destrói! Tenho que amar, mesmo seco, mesmo oco, tenho que amar, e olha que já andei, o percorrido inútil, esquinas crônicas da maldade humana.

Nada te ensina, e nada te diz as peles que conheço.

O atrito do igual, não te causa espanto.

Por que o que salta, quando não volta,nem sempre devolve.

E é agora, eu, o eu de agora, que realmente acredita nisso.


Autor : Thiago Herek

Pétalas!

Mais feliz?... Talvez mais à frente...Amanha?...A paz se esquece, quando esquecida,
Eis o preço, por tua noite de sono, é o que pode carregar de tudo que tentaste esconder...
E nas ruas caminha uma forma, com passos de criança, maldade adulta, uma maneira encantadora de ser jovem, estridente, pungente, até maléfica... Quando tocam os dedos em pedra fria, todo o social inexiste, qual esta criança, mínima, entre máximas, correndo com cinismo em teus corredores,
Pés sujos, mãos que temem, que medem, que tocam, pés que impõem...
Pétalas? O que são?
São dedos que caem...

Autor : Thiago Herek

O nó do Silêncio.

O nó do silêncio, com o pó da solidão, trancados em meu peito, triste meio de esperar, vocação estéril,
ser palhaço, ou cadáver?
Casar com ela? ou comigo?
Talvez sua barba, talvez a minha.


Autor : Thiago Herek

Tentativa

Tente, tente, não desista de mim, tome o copo todo, a sede é que se mata, não o amor.
Continue tentando, o claro é obvio, é no escuro que se esconde.
Você nem percebe, e já sujou as mãos.
Beba a mesma água, sinta o mesmo cheiro,
Quando quiser, pode ate fingir feliz, pode sorrir, que lhe sorrirão.
Cancele as falas, risque os nomes escritos, a noite será fria, mas aconchegante.
Nunca me viu imitar outros eus dentro de mim, seria chocante, se enxergasse todos nós.
A flecha castiga, mas o desapego compensa, a queda de barreiras, todos os valores, perdi.

Autor: Thiago Herek

Amargo

O amargo da família, doce seria,com o sorriso que salva tudo,mas da boca, só o rancor é lançado.
Vai embora! Grita o insensato horário,seu tempo passou, e nas estradas,não colherá as flores de sempre.
E quem nao sente? Contemplando a injustiça que tráz sangue aos olhos,quem no íntimo, não sente?...
Revelado o lado cômico, a trégua esfria o magma,e no fundo, a voz do diabo diz: mamãe, o que fizeste? ficaste cinza, ficaste cinza.


Autor : Thiago Herek

Os deuses que somos!

Não gasto nem um pouco de mim, sou descartável, não diminuo como que usado, simplesmente deixo de existir, vou enfraquecendo a medida que sinto, e se tudo é o que sinto, sentir é com os sentidos”? Ou com os sonhos? Viver é verdade? Ou construímos mentiras? Quero trocar de deus amanha, pois é amanha que estarei esclarecido. Hoje sou sombra falsa, que remete dor maior, pedaço e meio, fresta de porta, é vida ou morte, ferida ou corte, castigo ou sorte, não é para entender, é para seguir, assim fizeram os deuses, respostas prontas para as variações humanas, tudo já existe, o plano do tempo está congelado, determinado em inicio e fim, sua fuga, seu medo, são os jogos da nossa emoção, então quando lágrimas brotam , nascem, e a dor parece que não vai acabar, quando as facas da memória, te trouxerem o passado que ainda deseja, é o final de um jogo falho, fenda velha com olhos fechados, já não sangra, já não sangra.

Autor: Thiago Herek