quarta-feira, 5 de maio de 2010

O poeta na chuva

O poeta na chuva, percebe que está sozinho
Na chuva e no escuro.
Ele sente que tem culpa,
Deveria ter guardado aquelas palavras duras,
Ou ter escondido, aquele pacote de sentimentos.

Mas agora é tarde,
Os rostos se voltam para ele.
E transmitem repudia.
O poeta na chuva,
É o pior dos seres humanos.

Quantos matou?
Quantos roubou?
Quantos feriu fisicamente?
Talvez nenhum.
O poeta na chuva é especialista em destruir corações.

Aprendeu desde cedo.
Que o mundo era dele.
Por isso, sempre descartou o que tinha,
Para conquistar o futuro.
Mas não é de conquistas seu destino, é de saudades.

O poeta na chuva, sempre decide ficar calado.
Por uns momentos, até consegue desaparecer.
Mas o escuro é tão intenso.
Que suas lágrimas brilham.
Seus soluços ecoam no espaço, no vácuo do silêncio.

O poeta na chuva, já sabe onde tudo termina.
É impossível evitar.
É impossível prever o momento.
Quando o derradeiro segundo chegar.
Ele achará justa, sua condição.

O poeta na chuva, não se arrepende.
Não saberia fazer diferente.
Se mil vidas tivesse.
Mil vidas entristeceria.
Escravo eterno das condições terrenas.


Autor : Thiago Herek

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